domingo, 18 de setembro de 2011

Detective Comics #01

Vou daqui, com meu café no copo do Lanterna Verde (com olhos que GLOW IN THE DARK) e um Derby (tô fazendo economia, não ri) pra me manter acordado e escrever um pouco sobre as revistas do reboot. Agora que acabou a entrevista do Roberto Carlos no Jô, posso me concentrar no que vou escrever.

Detective Comics! A revista onde o Batman foi publicado pela primeira vez (edição #27, obrigado Google), também entrou na onda do reboot e zerou a numeração. A temática da revista não mudou em nada: Apresentar histórias um pouco mais soltas, do Cavaleiro das Trevas e a turminha que orbita as aventuras dele. 


Nessa, o Coringa está à solta (como sempre) e está tramando um plano misterioso, enquanto é caçado pelo Batman, que é caçado pela polícia de Gotham.  Simples assim.

A DC ainda segue com esse problema, de criar histórias em tempo e espaço diferentes, sem situar o leitor. Na Gotham que vemos na edição, Batman é procurado pelas autoridades, mas ele e o Comissário Gordon já se relacionam (UI!) e até o batsinal já está na cobertura do departamento da polícia. Como, por que e quando, isso acontece, não faço idéia. Nem faz sentido existir um batsinal, se a maior parte da polícia quer meter bala na cara do morcego. MAS, melhor não pensar muito nisso...

A revista é escrita e desenhada por Tony S. Daniel (nunca vi, nem comi, eu só ouço falar), e o cara se mostra competente nas duas áreas. Não é um traço fenomenal, mas entre os ruins e medíocres, ele é um dos melhores, tem até umas páginas bonitas. Vi um pouco de influencia do Frank Miller, na construção de algumas cenas, mas nada que tenha incomodado, ele soube filtrar bem a arte daquele caduco. 

A edição é um começo de arco, formada praticamente só de cenas introdutórias pra a ação e pra preparação do que vai rolar nas próximas edições, mas já da pra ter uma idéia que o cara sabe escrever e tem noção de como narrar bem a história e até cria um climinha de mistério no fim da edição. E em época de reboot, quem consegue isso, é um milagreiro. 

essa devia ter sido a capa da edição
Os novos vilões apresentados, ainda são bem misteriosos, não deu pra sacar muito sobre eles, mas achei interessante a ligação de parentesco entre os dois, é algo que pode render bons momentos. O contexto da "vilania", me pareceu meio repetitiva. Um  desses novos malucos, aparentemente se chama "Fabricante de Bonecas" (alok!) e tem algo ver com cirurgia plástica. e o caso é que o universo do Batman já viu um pouco disso, primeiro no Cavaleiro das Trevas do Miller (aquele gordo maluco que fez bonecas bombas, falantes e bizarras), e depois com o Mr Pyg e suas dollotrons. Isso sem contar outro vilões que usavam a temática da aparência grotesca e da fantasia monstruosa (os do Batman RIP). Tomara que S Daniel consiga fazer com que seus vilões sejam marcantes.
Isso é tão Frank Miller

O diferencial dessa revista, é que o artista conseguiu me arrancar um pouco de esperança, conseguiu me fazer ter boa vontade com o trabalho dele. Todos personagens estão com suas características básicas preservadas, os diálogos são razoáveis, a ação é comedida (pra uma hq de heróis) e o mistério que se cria, é relevante. Não é como no fim da revista do Arqueiro, que aparece uma porrada de vilões e você nem liga pra quem diabos eles são. Não. Detective Comics consegui a incrível façanha de ser uma revista agradável.

sábado, 17 de setembro de 2011

Resenha: Planeta Hulk

Buenas, bastardos e bastardas. Estou aqui atendendo a pedidos de vocês leitores, que enviaram milhares de cartinhas pedindo posts sobre a maior melhor editora de comics, e, assim, Dr. Banned me fez uma proposta irrecusável (não posso falar, mas tá na casa dos seis dígitos) pra fazer o serviço sujo que nenhum DCnauta se sujeitaria. E assim resolvi começar resenhando uma saga que curti muito quando li uns 2 anos atrás: Planeta Hulk.

Brian Fodão Bendis começa introduzindo a bagaça toda em New Avengers Iluminatti 16, numa história dividida em 3 momentos. No primeiro, conhecemos a origem dos Iluminatti. Após o fim da Guerra Kree-Skrull, Tony Stark convoca a Wakanda, Charles Xavier, Dr. Estranho, Reed Richards, Namor e Raio Negro, reunidos no palácio do Pantera Negra. E o pinguço lança sua ideia: “a guerra interplanetária da qual acabamos de sair foi nosso culpa, nós poderíamos ter previsto e evitado o incidente”. Assim, é feita a proposta da criação de um grupo ultra-super-mega secreto composto pelos heróis mais picudos da Terra (eles mesmos) pra prever mais merdas desse tipo e assim agir preventivamente. Todo mundo fica convencido, menos T'challa, que manda todo mundo tomar no cu, vazar de lá imediatamente, e esquecer de vez a ideia de se auto declararem os protetores supremos da Terra. É claro que eles não seguem o conselho.

"Comida Wakandana o caralho, quem prefere pedir pizza levanta a mão!"

Na segunda parte, Stark reúne novamente o grupo (sem T'challa, é claro) pra discutir seu novo plano pra um mundo melhor: mandar o Hulk pro espaço, num planeta sem vida inteligente onde ele não vai ser perturbado por ninguém e poderá finalmente viver em paz, deixando a terra livre de sua fúria incontrolável. É a vez de Namor rodar a baiana, xinga todo mundo de traíra e dá um cacete no Homem-de-Ferro (que só não se fode legal por que o Dr. Estranho intervém), depois vai embora dizendo que que o Hulk vai voltar e matar todos eles. A terceira parte da história é introdução a Guerra Civil e pouco importa agora.

Daí pra frente o plano segue como previsto. Com um monte de gente agindo na trairagem eles conseguem mandar o Hulk pro espaço, numa missão pra destruir um satélite inteligente que ameaça detonar a Terra. Findada a missão, a nave parte para o tal planeta desabitado ao invés de retornar a Terra. A treta é que alguma coisa acontece e a nave acaba entrando numa espécie de portal que leva o Verdoso pra um outro planeta, onde, enfraquecido pela viagem, ele é capturado e levado como gladiador pra entreter as massas em espetáculos realizados pelo Rei Vermelho (que na verdade é um imperador), tirano do planeta Sakaar. Obviamente, Hulk se destaca na arena, arranjando treta com o Imperador logo no primeiro dia de trabalho (exemplar, né?).

Massavéio da melhor qualidade!

E aí segue a história do Hulk na carreira de carniceiro profissional, vivendo luta após luta e conquistando o público, seguindo uma trajetória épica com alguns clichês, é verdade, mas tudo apresentado por Greg Pak com muita competência. Impossível não destacar os coadjuvantes como ponto forte da história: personagens de personalidade muito rica compõem o grupo de gladiadores de diferentes raças, levados pelo destino a conviverem e lutarem juntos, cujos segredos e motivações vamos conhecendo ao longo da saga.

Hulk e seus brothers de guerra. Abaixo, o Rei Vermelho.

O que temos de diferente em Planeta Hulk, e que pode ser responsável por grande parte de seu sucesso (pra falar a verdade nem sei se fez sucesso, mas eu curti bastante), é que, com a exceção de uma participação FODA e crucial de outro personagem conhecido da Marvel, temos o Hulk rodeado de personagens inéditos, numa situação completamente diferente de qualquer outra que tenha passado, praticamente um “What if...?” acontecendo na cronologia regular.

É legal notar como o Hulk domina completamente Bruce Banner, cuja participação se resume a apenas uma página nas mais de 20 edições que compõem a história.

A arte de Aaron Lopresti (nunca tinha ouvido falar) também é de alto nível. É muito foda ver o Hulk trajado de gladiador, usando uma grande variedade de armas pra cortar, dilacerar e

esmigalhar, em adição ao bom e velho esmagar. As raças alienígenas são muito interessantes, cada uma com características físicas e modos marcantes. As belas capas domexicano José Ladrönn (é isso mesmo, produção?) são outro ponto forte, daquelas pra se apreciar por uns instantes antes de iniciar a leitura.

Manda bem esse tal de Ladrönn!

Resumindo: muito boa a saga, ganhou o selo Viscoso de qualidade. Se você gostar, vale a pena acompanhar o também o evento que resulta dela, World War Hulk, que eu estou relendo e devo postar uma resenha quando terminar.

É isso aí, fica assim então.