E o que tudo isso tem a ver com a nova empreitada da dupla criadora de Ultimate Spider-Man, Brian Michael Bendis e Mark Bagley? Bom, pegue a fórmula de universitários superinteligentes dispostos a decodificar algo muito complexo para tirar proveito, e adicione superpoderes na mistura. Brilliant é sobre isso. Conheçam agora a mais nova publicação do selo Icon da Marvel, criado pra segurar grandes criadores na editora, dando espaço e liberdade pra que possam publicar material próprio sem relação com seu universo tradicional.
A história, passada em Seatle, começa com um assalto a banco, protagonizado por um jovem com o poder do Jesse Custer (como não lembrar de Preacher nessa cena? Ainda mais quando o cara manda o policial enfiar a arma no rabo!), além de invulnerabilidade e alguns outros poderes mais difíceis de classificar. Corta pra apresentação de Albert, retornando ao seu velho dormitório na faculdade após ter tirado um semestre de folga por motivos pessoais. Recebido com uma festa organizada por seus colegas (sendo um deles Amadeus, o assaltante), é no afterparty que os mesmos revelam a Albert o projeto no qual vêm trabalhando nos últimos meses. Inspirados por personalidades como Isaac Asimov, L. Ron Hubbard (OK, esse não tem moral nenhuma) e Philip K. Dick, os garotos tentaram resgatar um tempo onde ciência e ficção científica pertenciam ao mesmo universo e sustentavam-se uma na outra. E assim, essa meninada esperta inventou os superpoderes.
A revista funciona na velha fórmula do Bendis, uma trama que não é exatamente inovadora, diálogos bem escritos, naturais, quase triviais, elementos mundanos de um nicho (estudantes) que estão lá para a identificação do público-alvo com os personagens, como os frequentes e atormentadores questionamentos sobre o rumo que sua vida está tomando, a pessoa que você está se tornando, ou simplesmente a próxima desculpa que você vai arrumar pra encher a cara.
"Que parte da ficção científica ainda não virou realidade científica?"
Ler Brilliant é quase como ler a versão Ultimate do Homem-Aranha Ultimate, o mesmo estilo associado à mesma arte (embora eu tenha achado a qualidade da coloração inferior), numa trama “atualizada” da velha atualização de 2000 (que já faz tempo pra caralho, como você sempre diz). Se você é fã da dupla, saiba que Brilliant estava nos planos de Bendis há alguns anos, mas não saiu do papel antes porque ele queria Bagley para desenhá-la, tendo preferido esperar o fim do contrato deste com a DC a escolher outro artista. É o primeiro trabalho autoral de Mark Bagley, e nas entrevistas dá pra perceber que ambos estão realmente empolgados com a revistinha nova. E como Brilliant está saindo pelo selo Icon, podemos esperar uma maior demonstração do potencial criativo do duo, com menos cagada intervenção editorial e maior autonomia. Vai ser 8 ou 80, vale baixar acompanhar!
mas ae, cara, isso é mini, ou mensal ?
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