sábado, 14 de maio de 2011

A Play Boy, de Chester Brown


Uma verdade cruel: A parte do nosso cérebro que lida com a necessidade da masturbação, surge ANTES dá parte que nos ensina a lidar com os sentimentos do ato em si.

Eu e o Chester não podemos ser os únicos. 



Me lembro como era terrível me sentir sujo e nojento depois de bater uma. Ainda bem que isso passou rápido e pude me tornar um saudável adolescente punheteiro, como todo o resto da humanidade. Mas é sobre essa fase conturbada de, "aceitação"e amadurecimento emocional que se foca "A Playboy".

É um trabalho muito intimista, e o cara sabe exprimir isso no traço, preto e branco, e montando uma história tão bem narrada que podia ser quase completamente entendida mesmo sem os diálogos. Aliás, diálogos, são poucos, na maior parte do tempo temos o próprio autor, "viajando no tempo", na forma de um pequeno diabrete alado, conversando com o leitor e falando com "o Chester do passado", que lida com alguns problemas que tenho certeza, todo adolescente passou ou vai passar. Como, comprar pornografia, e morrer de vergonha no processo; Andar por aí com uma revista e por um maldito acaso, encontrar um amigo no caminho. E o mais clássico e problemático: onde guardar a pornografia ?


eu sei, ele tem cara de pervertido


O Epílogo viaja ainda mais no estilo e nos maneirismos da histórias undergrounds, com momentos em que a história sai das páginas, acontece no mundo real e volta para as páginas. Como o diálogo que aconteceu com Chester e um amigo após a publicação do primeiro volume da hq (Aqui no Brasil a Conrad botou tudo num só encadernado maneiro e bem feito).

Como todos os bons autores, esse canadense transforma os quadrinhos em uma mídia capaz de entreter bem mais que só o público recorrente, de fãs de super-heróis. Sou capaz de dizer que "A Playboy", é uma leitura que agradaria aos adolescentes de hoje, bem mais do que a última edição do Homem-Aranha.

Até por que, se for pra ler quadrinhos de super-heróis, que seja algum da DC.

PS: E um agradecimento muito brega e especial pra minha querida namorada, que me emprestou a edição dela e me deu inspiração pra um primeiro post. (e vai postar aqui também)

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