sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Batgirl #01

Não tem muito que eu saiba sobre a Batgirl. Ao menos, não quando era Barbara Gordon, por de baixo do  manto. Lembro um pouco da fase com a Cassandra Cain (que durou bastante, mas não vi nenhuma boa história) e até dei uma lida nas edições da fase com a Stephanie Brown (NÃO ME JULGUE), mas não consigo lembrar da Barbara como Batgirl, pra mim ela sempre foi a Oráculo.


Pra situar quem chegou agora da Zona Fantasma: Barbara Gordon, a filha do Comissário Gordon, foi a primeira Batgirl, mas seus tempos de heroína acabaram quando o Coringa meteu uma bala na coluna dela. Isso aconteceu numa das histórias mais perturbadoras e interessantes dos quadrinhos tradicionais, "A Piada Mortal", do Alan Moore (um cara que adora destruir a vida de super-heróis). Daí em diante, o novo papel de Barbara foi como líder tática do grupo feminino, Aves de Rapina, onde usava o nome de Oráculo. E assim foi por muito tempo... Até o reboot.


No novo Universo DC, Barbara conseguiu, por "um milagre" volta a velha forma, e já está saltitando pelos telhados de Gotham, procurando marginias pra espancar. Não gostei disso. A Piada Mortal não foi desconsiderada, mas perdeu a força; Me agradava ver o sofrimento da personagem, não por que sou sádico (ok, talvez um pouco), mas por ver a situação como, uma consequência que alguns pagam, por adotarem uma vida de luta contra o crime. Não que isso realmente tivesse muito peso na maior parte do tempo. Essa interpretação minha, era mais um dos infinitos pontos dramáticos que os escritores não abordavam, ou abordavam de um jeito errado. Só por isso,, ela estar de volta como Batgirl, é uma idéia ruim, e não uma idéia péssima.

Da história em si, não da pra falar muito; Além de dar essas explicações fundamentais, vemos uns vilões novos surgindo. Um cara misterioso, chamado Espelho, que segue um bom número de clichês, e ainda assim, ficou divertido; E uma gang de freaks sádicos chamados "Assassinos de Brisby", que me lembrou um pouco os vilões bizarros que o Morrison inseriu nos seus arcos do Batman. O caminho dos marginais se cruza, e claro, a Batgirl se envolve na treta também. 

Batgirl no seu uniforme Joel Schumacher
A Gail Simone é uma escritora bem irregular, o Sexteto Secreto dela, é muito divertido, mas a maior parte das histórias das Aves de Rapina, são um saco, então fui ler Batgirl, de coração aberto, sem julgar a "maior, melhor e única" escritorA da DC. Mesmo assim, ela parece que vai insistir em errar e criar relacionamentos cheios de draminha lacrimoso. Parece um preconceito dela mesma, toda mulher tem que ser uma sonhadora sensível, incompreendida pelo mundo.

O mano Adrian Syaf (eu não conheço nenhum desses desenhistas novos) tem um desenho bem razoável, que não fede nem cheira, e tá de bom tamanho. A única coisa que distoa no traço morno dele, é quando desenha o tal Espelho, que é um vilão com um visual fodaço. Capa e capuz preto, e luvas com espinhos! Voltei a ter doze anos quando vi o cara.

ele tem estilo, ele não perdoa, ele é O ESPELHO

Pois bem. Espero que a Gail Simone faça um pouco de mistério antes de explicar o "milagre" que fez Barbara voltar a andar, e também que aproxime mais o universo da guria, com o da batfamília. Nunca entendi por que eles estavam tão distantes nos últimos anos.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Arqueiro Verde #01

Hora de falar do meu personagem favorito! O Arqueiro Verde é um personagem incrível, que infelizmente é muito subaproveitado. Sempre dizem que o Batman é um grande cara por ser "só um humano" e estar ao lado do Superman e da Mulher-Maravilha na Liga, mas, quantos homens comuns realmente são como o Batman ? O cara é mestre de umas 15 artes marciais, gênio criminólogo, mestre estrategista, e tem mais um bilhão de habilidades. Oliver Jonas Queen, é só um velho comunista, com um arco na mão. Ninguém é mais humano e falho que ele; Abandonou um filho recém nascido, falhou em proteger sua namorada quando ela mais precisava, roubou, mentiu, e até matou, sempre com a melhor das intenções.


Ele teve uma porrada de momentos distintos: Teve a fase "road movie", com Oliver e Hal Jordan atravessando a América, com uma temática mais pé no chão, que quebrou tabus e deu um salto evolutivo nos roteiros dos quadrinhos. A fase "caçador", escrita por Mike Grell, de um tom hiper realista pro universo do herói, colocando ele ao lado da Canário Negro, lidando com criminosos comuns. Quando Kevin Smith ressuscitou o Arqueiro, em "Quiver", contou uma história muito divertida, e ajustou o personagem de volta ao universo, focando bastante na personalidade e nas relações dele, com outros heróis.

Depois disso, Oliver teve um bom número de aventuras escritas por pessoas diferentes, mas que em geral mantinham o clima ditado pelo Kevin Smith, misturando aventura e humor, com os elementos mais tradicionais de uma hq de herói. Foi assim, até o Dia Mais Claro, quando Star City foi devastada e o Arqueiro buscou abrigo na floresta da cidade, para ajudar os mais necessitados e roubar dos ricos. Sim, como Robin Hood. E aí veio o reboot, e o safado, esquerdista, pai e marido disfuncional  se transformou nisso...

my fucking eyes!
O pior aconteceu! A DC achou a brecha que queria, e transformou o tiozinho Oliver Queen, no jovem Oliver Queen. E claro, tinha que ser "uma versão mais reconhecível ao grande público", sendo assim, ele virou a desgraça do Arqueiro playboy de Smallville. O pensamento político sumiu e a personalidade atrofiou pra um clichê mais velho que o mundo. E personagens secundários fantásticos desapareceram no limbo.

nunca mais...

Enfim. Na edição, somos apresentados ao novo Oliver, que usa de sua influência e poder de CEO das industrias Queen, para financiar seu trabalho secreto, como vigilante internacional. Logo de cara, ele cai na porrada, sem motivo aparente, com três vilões ridículos. Depois da sequência de ação, vemos um pouco dos novos personagens secundários da "trama", Naomi, uma mina moderninha, que faz o trabalho de inteligência e lida com computadores (nada como um bom clichê), e um bundão chamado Jax, que projeta as traquitanas e gadgets idiotas que o Arqueiro usa. Em seguida, tem o "empolgante" fim da edição. Não tem um mísero momento que o young Ollie não use frases feitas, não tem um maldito arremedo de cena bem estruturada... Não tem nada de nada.

doppelganguer, e o super poder
de ter uma gêmea siamesa
O estranho é notar que a revista é escrita pelo JT Krul, o mesmo cara que escrevia a revista no pré-reboot, e por mais que ele não se mostrasse um artista genial, sempre manteve um nível no mínimo razoável de qualidade de roteiro. Será que obrigaram ele a escreve mal ? Será um protesto dele ? Ou ele anda comendo cocô ? Não sei. Só sei que tô bem sem esperanças com a revista. Não espero ver uma boa história nesse título tão cedo.

Os desenhos ficaram por conta do Dan Jurgens, figura já conhecida na editora, com um traço bem simples e limpo, com um quê de anos oitenta. Eu até acho legal o clima nostálgico que fica, só não entendo por que colocar esse cara pra desenhar um quadrinho que faz parte de uma iniciativa de "modernização". Enfim, pode ser que só eu veja arte dele como algo datado.

No mais, é isso. Destruiram um ótimo personagem, e criaram essa revista que serve no máximo, pra se ler cagando.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Stormwatch #01

Stormwatch é a primeira das revistas do reboot que mosta como vão funcionar alguns elementos e   personagens tradicionalmente do selo da Wildstorm. Que basicamente tinha histórias mais modernas, violentas e adultas que as do universo DC, com personagens mais modernos, violentos e adultos que os da DC. Os paralelos sempre existiram, Apolo e Meia-Noite eram uma versão gay (mas mais machos que você) do Batman e Superman, a Maquinista tinha algumas semelhanças com o Ajax, e Jenny Sparks era... Bom, a Jenny era uma bastarda única, e cheia de carisma; Então, vou falar como tudo isso ficou nessa  era de quadrinhos rebootados.


O Stormwatch é um grupo secreto, formado pelos caras mais fodões do universo, que combatem as  meaças mais bizarras de que se tem notícia (herança dos tempos em que o Warren Ellis escrevia); Na edição, vemos um grupo bem grande, formado por velhos conhecidos "recauchutados", caras novos, e o Ajax, perdido no meio disso. Enquanto uma parte deles descobre que a Lua está prestes a atacar a Terra (!?), outros tentam recrutar Apolo, agora mostrado como um ser superpoderoso (nível Superman,  bitch!), com dificuldades em aceitar seu papel no grande esquema cósmico das tretas quadrinísticas.

Apollo boladão

Paul Cornell não é um autor que me traga boas lembranças, ele escreveu um arco de Batman & Robin que  me fez desistir da revista (A Vilã que ele criou, era uma mulher com um buraco na cabeça!), mas em Stormwatch #01, ele foi mais competente. Dá uns tropeços, mas faz um trabalho suficientemente competente, afinal, não dá pra querer tudo de uma edição só. A idéía de seguir na linha de ficção científica bizarra, não poderia ser melhor, é um dos pontos diferenciais desse grupo. Os personagens  novos também parecem bem divertidos, como a Projecionista, que tem a capacidade de acessar e manipular a mídia (sim, é um poder maneiro), e o cara que é tipo um guardião dos espíritos do século  (se não sacou o que é um  espírito do século, vai agora mesmo ler Authority). Ajax, o verdão, membro clássico da LJA, também está entre esses caras malvados, e aí que eu me desagradei um pouco.

Apollo e Meia-Noite, pré-reboot

O marciano sempre teve uma personalidade calma, quase sem sentimentos humanos, e de uma hora pra outra ver ele com uma postura proativa, é bem esquisito. E, um dos pontos mais irritantes do reboot, é a quizumba cronológica, com umas revistas acontecendo no passado, outras no futuro, umas no pretérito perfeito, e um monte de paradoxos complicando ainda mais as coisas; Ainda não vimos nada que ligue Ajax à atual Liga da Justiça, mas na revista, ele diz participar do grupo: Nada de mais, mas aumenta minha sensação de estar perdido cronologicamente. Provavelmente os roteiristas também estão.
.
que cagada eles fizeram ?

A parte gráfica da revista, só pra variar, é bem meia boca, o tal Sepulveda tem um traço bem feinho, que parece que piora bastante com as cores usadas. Algumas partes dos rostos dos personagens ficam  apagadas, ou sem detalhes, em uns desenhos. Não tem como deixar passar isso.

O ponto que mais me agradou, na revista, foi ver que muita coisa vai ser recontada, vamos ver o grupo se formando, e uma parte da trama, que tem potencial para ser muito interessante e ~~POLEMIK~~~, é o início da relação entre Apolo e Meia-Noite.

No mais, Paul Cornell ainda tem muito que me convencer, nas próximas edições, explicar os conceitos básicos de alguns personagens, como Hawksmoor e Jenny Quantun, apresentar os personagens novos e 
a mostrar como o grupo se mantém secreto para o resto do mundo. Chance de fazer boas histórias, não falta.

PS: MAS O AJAX SENDO NOCAUTEADO DO JEITO QUE FOI, NÃO CONVENCEU NIMGUÉM, HEIN ?


Usar golpe ponto de pressão, funciona até em alienígena ? PORRA, CORNELL!!


domingo, 11 de setembro de 2011

Action Comics #01

Cara. Acho que não tem a menor necessidade de comentar que o novo Superman é um retorno à Era de Ouro, e que as histórias mostram ele como defensor dos fracos e oprimidos, e toda aquela convercinha que todo mundo sabe desde antes da revista sair. Vou pular direto pras minhas opiniões.


"hatters gonna hate"

Confesso que de início, não gostei nada da idéia de mudar tão drasticamente a personalidade de um herói tão incônio, mas Grant Morrison fez um trabalho incrível, nessa primeira edição. O leitor é apresentado ao personagem, sem a desnecessária ladianha sobre "o último filho de um planeta moribundo", ou qualquer outro clichê. Vemos de novo a agressividade do novo Superman, mas diferente da revista da Liga, aqui as coisas tem mais contexto, são mais justificadas. Clark é um cara que cansado de ver gente ruim explorar os mais fracos, e ele tem meios de mudar isso.

Chegaram a falar sobre influência socialista, mas eu prefiro ver histórias em quadrinhos como obras ideológicas, e não políticas.

É bem divertido ver o novo Super pulando por Metrópolis, dando sacode nos pilantras ricos, fugindo da polícia, e sendo aclamado pelo povo. É uma revista leve, que não subestima a inteligência de quem lê.

Acredito que a maior parte do elenco da série, tenha aparecido nessas páginas. General Lane e Lex Luthor fazem parte de uma iniciativa governamental para capturar o Superman: Lois e Jimmy Olsen trabalham pro Clarim Diário, e tem contato direto com Clark Kent. Nas próximas edições espero ver o Morrison explorando bastante esse elenco, em especial a personalidade da Lois, e a amizade do Jimmy, com o Clark, por que esse elementos não têm sido abordados de uma forma decente desde... Sempre ?

Eu só me pergunto: Quem é o baixinho do iníco da história e por que caralhos ele roubou a gravata do tal Glenmorgan ? Não sei mesmo, mas se é pra dar opinião, tô apostando que esse cara pode ser o Dr. Psycho. Mas digo isso só por causa do visual mesmo.


mano, onde cê vai com essa gravata ?

Outra coisa que me deixou pensativo, foi o método que o governo usou para contratar o Luthor, pagando ele pra pensar, por um determinado tempo. Isso é exatamente o que acontece em "Comprimento de Onda", uma história (muito boa) do Monstro do Pântano, escrita pelo Alan Moore. Será que foi uma citação ou o careca e o barbudo tiveram a mesma idéia em momentos diferentes ? É, eu sei, no fim, isso pouco importa.

O traço do Rags Morales (quem ?)  não ajuda nem atrapalha a contar a história. Se comparado aos outros desenhistas do reboot, ele até é bem competente, mas "no mundo real", o cara é um artista bem mediano. Numas páginas ele acerta nos cenários e erra nas fisionomias humanas, em outras ele caga pros objetos e desenha as pessoas de uma forma decente. Ainda não sei como ele faz isso.

Pra encerrar, por que esse texto tá me cansando, fluindo mal e tá tarde pra caralho, quero dizer que Action Comics #01 é superior em tudo, com relação á Liga da Justiça, e que finalmente vi um pouco do heroísmo real. O novo SUperman usa botas do Chico Bento, é muito mais agressivo e menos poderoso, mas arrisca o rabo alienígena dele pra defender quem precisa, por tanto, ainda é o Superman.

sábado, 10 de setembro de 2011

Liga da Justiça internacional #1

Capitão Átomo, o que fizeram com o seu cabelo, cara?

Todos que me conhecem e gostam de HQs estão cansados de saber que a Liga da Justiça, com o argumento da dupla dinâmica Giffen/Matteis, é a minha fase favorita. Achei simplesmente genial o que os autores fizeram de utilizar personagens ditos "segundo escalão" e investir em histórias onde o humor era o diferencial. E acho que isso revolucionou os quadrinhos numa época em que tudo era muito sério. Mas isso é assunto, talvez, pra outro post.

Minha intenção não é falar dessa fase, onde, como sempre gostam de frisar "os quadrinhos estavam em crise", num universo permeado por superseres musculosos e sem um mínimo de conteúdo. E na nova DC, pós-reboot, onde muita vezes editores disseram que haveria essa "descomplicação" das tramas, tornando-as, mais "massavéio" pra atrair novos leitores?

O que dizer do fato de terem trazido de volta um grupo de heróis que era justamente o oposto disso?

Cassino em Cuei-Cuei-Cuei


Sendo bem sincera, é impossível não ficar saudosista em relação à época da velha Liga da Justiça Internacional. Mesmo nas duas histórias que saíram com o grupo após o fim, a engraçadinha "Já fomos a Liga da Justiça", e a dispensável "Não acredito que não é a Liga da Justiça", parecia que alguma coisa no jeito de fazer humor da dupla de autores havia mudado.



Acho que o principal motivo disso foi terem deixado de investir nos diálogos engraçados e passado a utilizar mais as situações absurdas. As piadas parecem.. soltas, que estão ali porque aquilo se propõe a ser engraçado, o que não acontecia antes. O que havia de especial na antiga LJI era que o grupo normalmente enfrentava ameaças que não são tão diferentes das enfrentadas por qualquer grupo de super-heróis. Mas a interação dos personagens, os diálogos e a maneira como resolviam os conflitos foi o que fez com que o grupo seja lembrado com saudosismo por uma grande quantidade de fanboys.

Durante O Dia Mais Claro, tivemos a série Geração Perdida, de autoria de Keith Giffen e Judd Winick. Pessoalmente, embora pouco lembre a antiga LJI, eu gostei bastante da série. Gostei da roupagem que deram aos personagens e a conspiração envolvendo Maxwell Lord, que de relações públicas da LJI se tornou um grande vilão desde Crise Infinita até O Dia Mais Claro. Achei a história extremamente bem escrita. E, para os que leram, sabem que o final de Geração Perdida deixa o gancho para a criação de uma nova Liga da Justiça Internacional. Essa série provou que os personagens da Liga podiam ser utilizados de uma forma mais séria, sem perder suas características marcantes.

Mas aí veio o reboot.

E junto com ele, a notícia de que teríamos novamente a Liga da Justiça Internacional. Com o Dan Jurgens como autor. Não recebi isso com muita alegria, visto que Dan Jurgens é responsável pelo fiasco que nos EUA tinha o título de Justice League Spectacular, aqui simplesmente saiu como Liga da Justiça. São as histórias que continuam a partir da dissolução da Liga da Justiça Internacional e a desestabilização dos heróis com a morte da Feiticeira de Prata.

A formação do Jurgens, Liga América e Liga Europa

Pra quem lembra as histórias da Liga da Justiça do Jurgens, eram publicas no Brasil junto com A Queda do Morcego. Então é mais provável que vocês lembrem disso:


Anos 90: Os quadrinhos estavam em crise...


Eu não gosto dessa fase. Dan Jurgens simplesmente tirou todo o humor das histórias, mas o pior foi ter descaracterizado os personagens completamente. Não era um reboot, mas pareceu um. O comando de Jurgens na Liga da Justiça não foi duradouro, sendo que ele terminou exatamente como o fim da Liga Internacional: com a morte de outro personagem (Gelo, morta por um vilão que ninguém sabia quem era, chamado Soberano das Trevas).

Depois, antes do Zero Hora acabar com toda essa putaria, tivemos ainda a divisão da Liga em três equipes, uma liderada pelo Capitão Átomo (com o nome de Justiça Extrema), outra pela Mulher-Maravilha (Liga da Justiça América) e um tempo depois outra equipe comandanda pelo Caçador de Marte (Justice League Task Force, nem lembro o nome disso em português). Juntaram uns personagens do primeiro escalão e deixaram tudo tão massavéio quanto um gibi da Image.

Da série "coisas que preferíamos esquecer"

Por isso mesmo, não sabia direito o que esperar do Jurgens, com toda a idéia do reboot e tal. E veio a Liga da Justiça Internacional #1.

Na primeira página, a ilustração que abre o post, uma caralhada de heróis, o que dá a entender que a formação do grupo vai mudar bastante. Em seguida, os membros da ONU discutindo se a idéia seria viável e quem deveria fazer parte da equipe. Negam que Batman, o Arqueiro Verde e o Homem-Borracha façam parte da mesma, por serem heróis que naquele contexto são vistos com maus olhos pelos políticos.

Temos um figurão da ONU responsável por convencer os representantes da Rússia, Inglaterra e China a aceitarem uma equipe de super-heróis que seguissem suas ordens. Fica claro, já nesse momento, que Gladiador Dourado foi escolhido para ser líder da equipe por ser o mais manipulável. Obviamente Jurgens vai puxar a sardinha pro seu personagem. Vai seguir pela linha de fazer o Gladiador deixar de ser um completo imbecil - coisa que fez muito bem na revista mensal do herói, por sinal - e manipulável. Só quero ver como vai ser essa mudança do Gladiador, visto que a motivação na série mensal era a morte do Besouro Azul, Ted Kord, que na realidade pós-reboot nunca existiu.

Peraí, quem é essa mulher de uniforme negro? NUNCA SABEREMOS

Oh, wait...

Godiva?



Os outros membros do grupo parecem ter sido escolhidos apenas para agradar aos representantes de determinados países, sob o ponto de vista da ONU. Temos na equipe o chinês Augusto General de Ferro, da Rússia, o Soviete Supremo (Gavril, o mesmo que aparece em Geração Perdida), da Noruega, Gelo, do Brasil, Fogo, a Africana Vixen, Guy Gardner representando o homem americano comum (e babaca, mas com um anel energético) e da Inglaterra, Godiva.

Você deve estar se perguntando "Quem diabos é Godiva?". E tem razão em fazer isso. Godiva era membro dos Guardiões Globais, equipe da qual Gelo e Fogo fizeram parte, e tem o poder de controlar os cabelos. Escolheram obviamente uma personagem de quem ninguém se lembra, pra poderem moldar a personalidade dela de acordo com a necessidade (como pode ter notado nas imagens anteriores, alteraram a arte da capa pra inserir a personagem). Ah é, além disso, ela é um provável affair do Gladiador Dourado. Além disso temos o Batman, que vai só dar uma espiada, não faz parte da equipe efetivamente, mas... vende.

Após a leitura da revista, fica uma clara sensação: Jurgens já não é muito bom sendo massavéio, mas é pior ainda tentando fazer piadas. Existem algumas na edição, completamente fora de contexto. A única que se salva, que nem é uma piada propriamente dita, é o atrito entre o Soviete Supremo e o General de Ferro.

Além disso, Gardner manda um sonoro foda-se pra equipe, e diz que não vai fazer parte dela se o Gladiador for líder (o detalhe é que Guy diz que já trabalhou com o Gladiador antes e sabe que ele não pode liderar. Entretanto temos o Gladiador dizendo em outro momento que não sabe como vai liderar uma equipe na qual ele não conhece os membros ou o que podem fazer... MIXPLICA, JURGENS?) no geral, achei a edição bem fraca.

Talvez o reboot tivesse sido uma oportunidade do Jurgens trabalhar o grupo de outra forma que não a cômica, como Giffen e Winnick já haviam feito e ele próprio tentara sem sucesso, anos antes. Ou deixar as piadinhas para outro momento, pois tudo soou muito forçado. Pode parecer estranho dizer isso sendo que me declarei fã da LJI o post todo, mas se trata de bem mais que simplesmente tentar fazer a mesma coisa que outro autor já fez, em outra época.

Com o decorrer da trama, a familiarização do grupo, pode ser que a revista se torne melhor. Mas, por enquanto, fica um pouco abaixo de mediana.

Pontos positivos? Achei o Aaron Lopresti, o desenhista, muito bom, embora não conheça outro trabalho dele. Não que ele seja um Maguire, mas é o que tem pro momento. Haters gonna hate minha fangirlzice em relação à liga cômica.

domingo, 4 de setembro de 2011

Liga da Justiça #01

Cara, como tá difícl escrever. Um pouco por estar enferrujado, e outo tanto por eu ter muita coisa pra comentar dessa revista e não querer transformar esse post num livro.


VAMOS AOS FATOS


os mulek da justiça


Jim Lee e Geoff Johns são os responsáveis pela revista da Liga da Justiça, que inaugura o novo Universo da DC. Um artista popular, mas bem questionável, e um roteirista que ainda não sei se é bom, mas anda numa fase ruim, ou é ruim e já teve uma fase boa.

A edição empolgou ? Empolgou. Ia mentir se dissesse que não. Mas deixou, muito, muito à desejar. A trama é toda corrida e deixa uns lapsos que me incomodaram. O Batman tá caçando um alien (um bem ridíclo) e topa com um tal Lanterna Verde; eles não se curtem muito, mas vão atrás do bicho (que é biológico e mecânico dum jeito tosco), que explode e deixa só um artefato cúbico. Os dois lembram do Superman, que "todo mundo sabe" é um alien, e vão perguntar o que ele sabe disso. Aí o Super dá um soco atômico no Lanterna e a revista acaba.


BITCH SPLAP!


Longe (mas não muito) disso, a gente conhece Vic Stone, um puta jogador de futebol americano, filho de um cientista que estuda os recém surgidos metahumanos. Sim, é o início da origem do Cyborgue.

O novo status quo do universo por si só, é bem interessante, pouco explorado nas 22 páginas, claro: mas um dos pontos que mais me agradou. Os metahumanos são um elemento muito novo nesse mundo, que até pouco tempo, era chato e com contas de luz atrasadas, como o nosso. Heróis e vilões não são  conhecidos do público, e por via das dúvidas, o governo tenta capturar qualquer um com uma roupa mais escandalosa que a da Lady Gaga. Se isso vai realmente influir em algum ponto, ou vai ser só cosmética, só acompanhando pra descobrir.

O Jhons sempre foi competente em construir diálogos, principalmente entre personagens contrastantes; Muito bom ver o Batman e o Lanterna, se conhecendo e já começando a se destestar. Afinal, é de se esperar que um herói que usa o medo como meio de aplicar justiça, acabe se desentendendo com um que usa o poder da coragem, pra o mesmo fim. Não é nada de novo (quem leu "Lanterna Verde Renascimento, já leu o melhor desses diálogos de efeito), mas é divertido, e isso já conta muito.




Falando das personalidades, fica bem claro que o cinema venceu sobre Hal Jordan, e agora ele é o mesmo babaca, engraçadinho e fanfarrão do filme. Eu sei, o Hal das hqs era tudo isso também, mas era diferente, era mais honesto: Parecia mais com um tio de bar, e menos com um boy de balada. O Batman, aparentemente não mudou muito, continua cheio de mirabolices e paranóias. O mais afetado pelo relaunch, foi o Superman, que ficou mais novo, colocou a cueca pra de baixo da calça, e tá todo boladinho. Chegou de soco no Lanterna, e fez pose pra última página da revista, todo estrelão.


"ninguen me guenta kkk"

Agora, sobre o Jim Lee: um merda como sempre. Ponto.

Não. Vamo além disso. Deixa eu falar de umas paradas isoladas, quem me chamarama a atenção, já que a "arte" dele como um todo, é fecal. O alien do início da história é muito, muito escroto, qualquer outra coisa teria sido melhor que aquilo. Tem uma cena que ele muda de forma, só pra falarem que ele parece um Transformer (sacaram ? é essa a grande "atualização", da DC, citar Michael Bay). O uniforme  do Batman tá parecendo mais realista, tipo uma armadura e tal, como o dos jogos atuais. Ficaria bom,  se não fosse desenhado pelo Lee. A máscara do morcego tá menos colada no rosto, se solta quanto ele  toma uns tapas, achei um detalhe bem realista. O uniforme do Lanterna ficou mais simples, mas parece  o que ele usava na época do Ivan Reis. O que eu não gostei foi dos construtos do anel, todos com muitos detalhes. E o Superman, bem, é esse cara novo e descolado, sem cueca por cima da calça e só.

Enfim. O que mais decepciona, na revista, e em toda a reformulação dos personagens, é que a DC  confirma a idéia noventista, de herói estourado, moderno, e cínico. Não acho que todos tenham que ser  pináculos da perfeição, mas ver esse Hal arrogante, e um Superman violento, me frustra. Falta o sentido básico de heroísmo: De fazer um bem maior. Do certo pelo certo. Não vi nada assim em página  nenhuma da revista, espero que não esqueçam desse "detalhe" nas próximas edições.



O veredicto final: Meus heróis favoritos morreram e eu tenho que me contentar com essa versão "geração ps3" deles. Não estou nada feliz, mas é o que tem no menu.

sábado, 18 de junho de 2011

Skreemer

Trilha sonora pra ler isso aqui


Mickey Maloney ducked his head when a bucket of whiskey flew at him
It missed, and falling on the bed, the liquor scattered over Tim
Bedad he revives, see how he rises, Timothy rising from the bed
Saying "Whittle your whiskey around like blazes, t'underin' Jaysus, do ye think I'm dead?"
Finnegan’s Wake
O trecho acima é de uma tradicional música irlandesa, que conta a história de Timothy Finnegan, que adorava uma bebedeira, caiu de uma escada, quebrou o crânio mas era um irlandês tão marrento que se recusou a morrer. Essa canção, posteriormente, serviu de inspiração para James Joyce, escritor de uma obra - complicadíssima, cheia de neologismos e uma história não linear - de mesmo nome. O livro foi, juntamente com os filmes Era Uma Vez na América e Caçada na Noite, inspiração para que o cenário gangster futurista (como o próprio Brett Ewins definiu) fosse criado.

Isso não é uma guerra. É um velório para os Mortos.
A HQ foi escrita pelo irlandês Peter Milligan (conhecido principalmente por Hellblazer), ilustrada por Brett Ewins (desenhou algumas edições de Juiz Dredd) e Steve Dillon (Preacher, Hellblazer, sei que nem precisava dizer).
A série teve 6 edições, a primeira data de publicação nos EUA foi em 1989. No Brasil foi publicada pela Editora Abril, e posteriormente (2003), numa versão encadernada da Brainstore. Somente algum tempo depois de comprar essa edição, descobri que a versão original era colorida. Isso mesmo, a Brainstore publicou a HQ em preto e branco, jogando no lixo todo o trabalho do colorista. Quadrinhos no Brasil, coisa levada à sério. (A editora, pelo que eu sei, fez isso com uns arcos de Preacher também).

(Planeta D'Agostini? Nem sabia que tinha sido publicado por outra editora, enfim)
A história de Skreemer é ambientada num cenário onde predominam as gangues e os gângsters. Houve uma guerra biológica de conseqüências desastrosas, na HQ se referem a esse acontecimento como “A Queda”. Já se passaram 38 anos desde a Queda, e os mafiosos conhecidos como “gigantes” perdem cada vez mais seu poder. O maior deles é Veto Skreemer, que se recusa a aceitar isso. Do outro lado, temos a família Finnegan, uma família irlandesa pobre tentando sobreviver em meio a esse cenário violento.
A narrativa é permeada por flashbacks onde, pouco a pouco, vamos conhecendo a história dos personagens principais, de como os caminhos de três amigos de infância podem tomar diferentes rumos, e a existência de um homem bom num mundo que faz os bons ficarem ruins, e os ruins, péssimos. A arte marcante de Ewins e Dillon combina perfeitamente com o clima noir da história.


É uma leitura que vai te fazer sentir vontade de tomar um porre de uísque barato e sair por aí cantarolando a história do velório de Tim Finnegan.

Mudando de assunto completamente, com essa palhaçada toda de reboot da DC, o Milligan vai escrever a revista da Tropa dos Lanternas Vermelhos. Uma das poucas notícias que me agradou, pode apostar que vem coisa boa por aí (procede isso, aliás?).