segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Homem-Animal #01


 

Vocês conhecem o Homem-Animal ? Buddy Baker era um cara normal, o azar dele era viver no universo DC, onde invarialvelmente acontece algo bizarro na vida de todo mundo que protagoniza uma revista. Com ele não foi diferente, saiu com os amigos pra caçar e acabou sendo torrado pela radição de uma na alienígena, felizmente os aliens eram pacíficos (coisa rara) e resolveram reconstruir o corpo do cara, utilizando a tecnologia deles, e as pesquisas que estavam fazendo, sobre a fauna do nosso planeta. À partir daí, Buddy foi capaz de absorver as habilidades de animais que estavam à sua volta, e se tornou o Homem-Animal.
O personagem fez um sucesso mínimo, e acabou quase esquecido, até que o verdadeiro e absoluto detentor do título de "melhor escritor careca que já existiu", Grant Morrison, foi chamado pra fazer uma mini-série do cabra. A mini fez sucesso o suficiente pra se transformar em revista mensal. Nas vinte e seis edições que seguiram, as histórias do Homem-Animal falaram sobe ecologia, direito dos animais, e outros assuntos greenpecianos relevantes, tudo com uma carga esquizóide de ficção científia, terror e misticismo. Foi lendo essas histórias, que eu me tornei um fanboy, por isso o "A-Man", é um velho conhecido meu.


Grant Morrison criou o clima perfeito pra se contar histórias desse personagem, e foi seguido por escritores que vieram depois, gente competente, como Peter Milligan e Tom Veitch. Infelizmente nos útimos anos, isso estava se perdendo, e Buddy Baker estava praticamente voltando ao limbo. Então veio o reboot. 

Quando começaram a sair as primeiras notícias sobre o reboot, eu, e a maioria dos outros puritanos, torcemos o nariz. Contrataram um escritor meio desconhecido, um desenhista esquisito, e inventaram até um novo uniforme. Parecia o início de uma bela cagada. Mas eu e os puritanos estavamos errados.

A edição um, do novo, e rebotado Homem-Animal, começa com uma entrevista com o próprio. A página serve muito bem pra nos situar, ficamos sabendo que ele está se aposentando da carreira de herói, para se tornar ativista do direito dos animais, em tempo integral, e está atuando num filme de drama. Essa idéia, de usar outros meios pra completar uma hq, me fez ter boas lembranças, especialmente da época em que Alan Moore se preocupava mais em escrever quadrinhos, do que em posar como senhor absoluto da nona arte.


É complicado contar o que vem depois disso, por que falar de qualquer das outras cenas, pode estragar a surpresa de quem ainda não leu. Mas em termos gerais, é um alívio descobrir que Jeff Lemire resolveu se aprofundar nos conceitos mais clássicos do herói. Buddy é um cara com poderes, mas é diferente de qualquer outro super, sua identidade é pública, e a essa altura a sociedade vê ele como um rosto confiável. Além disso, ele é um pai de família, com dos filhos para criar, e tem dramas mundanos, como um Homem-Aranha adulto, entende ?

Jeff Lemire é praticamente um desconhecido, escreve a série "Sweet Tooth" pra Vertigo, mas ela é tão peculiar, que não serve de parâmetro pra nada. Não fazia idéia do que esperar dele. Mas o cara é mesmo um prodígio, o modo como consegue mostrar personagens profundos e cheios de humanidade, em míseras 22 págias, é incrível. E o cara manja de construir cenas nojentas.

Já o Travel Foreman, é mais um desses desenhistas que eu nunca tinha ouvido falar, e aparentemente surgiu do nada. Que se pode dizer ? O traço dele é bem fora do comum, normalmente não me agradaria, mas como valoriza os traços de expressões faciais, e a anatomia humana mais realista, ajuda muito a contar a história. É ótimo saber que a DC ainda contrara artistas que não seguem o padrão Jim Lee.


No mais, fiquei bem ansioso pra seguir lendo essa série, é bom ter uma surpresa agradável, e sair do padrão super heróico raso, só pra variar. Vou esperar pra ver qual vai ser a próxima aventura bizarra em que Buddy vai se meter,  como a Ellen vai reagir, qual vai ser o próximo desenho da Maxine, e descobrir quando Cliff vai começar a fumar maconha. Tudo como nos velhos tempos.

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